Vivem-se momentos difíceis !
Aparentemente a crise chegou agora a Portugal.
O primeiro erro passa por aí: Portugal nunca foi rico de recursos e a política de desperdício a que assistimos não é consentânea com as nossas potencialidades.
Não somos um país rico mas, pobres mesmo, são os que desperdiçam a pouca riqueza que podem ter...
Infelizmente aquilo a que temos assistido é a uma política cega de redução da despesa, menosprezando as áreas-chave nas quais nunca deveríamos deixar de investir.
O que se tem feito pelo ganho de produtividade no nosso território ?
Que política existe para o sector primário ?
E o que dizer do Planeamento e do Ordenamento da nossa paisagem ?
É aceitável que se bloqueiem os apoios às Organizações Não Governamentais de Ambiente contrariando o que está explicitamente definido na Lei das ONGAs ? Será que em situações extremas o nosso país contará com o apoio das ONGs que, entretanto, tem vindo a inviabilizar ?
É aceitável que se reduza a despesa na saúde, quando a qualidade do Serviço Nacional de Saúde é a que todos percebemos?
É aceitável que se reduza a despesa na Conservação da Natureza, quando se constata o tal abandono das Áreas Protegidas, e se apregoa um Plano Estratégico Nacional do Turismo que refere como prioritário o Turismo de Natureza ?
É aceitável que se diminuam os investimentos na Educação ?
O que se tem feito realmente pela operacionalização, motivação e melhoria da produtividade dos recursos humanos afectos à administração pública ?
Que condições estão a ser criadas nas escolas para que os professores que agora aí ficam mais horas, delas possam efectivamente tirar partido na melhoria das suas práticas pedagógicas ?
Que mudanças de atitude podemos pensar implementar com tantas campanhas nos media a apelar ao consumismo, à inveja, ao açambarcamento, ao desperdício ?
Há algum tempo ouvi alguém afirmar que Portugal não tem maus trabalhadores e a prova é também o seu reconhecimento internacional. Mas tem, efectivamente, maus dirigentes. É necessário que se compreenda que a gestão não é uma área exclusiva da economia, pois o mais importante recurso a gerir são as pessoas. Será que alguém tem dúvidas de que os recursos humanos são a principal potencialidade de qualquer nação ?
Apesar dos que promoveram o desperdício terem ficado até agora impunes, não gostaríamos que aqueles que implementam estas medidas também não sejam por elas responsabilizados no futuro.
A Educação, o Ambiente, a Saúde, o nosso Património esperam mais de todos nós…
Fernando Louro Alves
2 comentários:
Um dia destes vais preso...vais...vais!
Vamos lutar pelo nosso ambiente e pelo nosso país.Nós merecemos.
Que 2007 seja um ano em que o ambiente (e a educação...) faz parte do nosso dia a dia (de todos...). bjs
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